No dia 14/4 (segundo sábado de abril), um dos mais geniais compositores brasileiros, WILSON MOREIRA, recebe Tania Malheiros e Agenor de Olievira, em seu Solar Cultural, Rua Barão de Ubá, 46, na Praça da Bandeira. A roda começa a partir das 15h, com o melhor do samba, petiscos deliciosos, cerveja gelada e o mais alto astral da cidade. A produção é de Angela Nenzy. Contamos com a sua presença.
Dia 25 de MAIO, Tania Malheiros faz show na Lapa.
Visitem o site da cantora: http://www.taniamalheiros.com.br/
Ouçam algumas músicas de seu Cd de estreia, que estão disponíveis no site, gratuitamente.
No dia 23 de março, Tania Malheiros se apresentou no show "Deixa eu me benzer" no Severyna de Laranjeiras, em companhia dos músicos Kiko Chavez (violão de 7), Leandro Samurai (cavaquinho) e Gabriel Buzunga (percussão).
No dia 30 de março, fez show no Velho Armazém, em São Francisco, Niterói, com os mesmos músicos.
No sábado de carnaval (18/2) cantou no palco da Rio Tur, em Madureira, com Adalto Magalha, Leo Russo e grupo Samba de Verdade. Público maravilhoso, viva Madureira! Na segunda-feira de carnaval (20/2) participou do programa Toda Mulher, na TV Alerj, às 21h, que será reprisado.
O disco de estreia da cantora, "Deixa eu me benzer" e todo o seu trabalho musical, iniciado há cerca de 10 anos, estão sendo elogiados pela crítica. Veja:
“O disco da Tania Malheiros não é bom. Mas em compensação é ótimo! Repertório supimpa, e uma visível preocupação de dar chance a uma rapaziada que está na estrada, mas não é muito badalada - Marceu e Galante que o digam, dois ótimos compositores, e o excelente Roberto Serrão, meu amigo e uma reserva moral do samba (eu disse "reserva"? o cara é titular absoluto!). Gravar Sereno e Wilson Moreira é prova de respeito ao samba, ademais de ser de extremo bom gosto. Paulo Cesar Pinheiro e Gilson Peranzetta? Covardia, né?”
(Jornalista César Tartaglia – O GLOBO, sobre “Deixa eu me benzer”).
JORGE ROBERTO MARTINS – Jornalista especializado em cultura, crítico de música, escreve sobre o Cd de Tania Malheiros, para a Revista da Música Brasileira.
"Intimidade com as palavras exercida durante anos como jornalista. Intimidade com o som, seu acalento de infância. Estas têm sido suas características como intérprete. Intérprete, um "tom" além de cantora na valorização dos tempos, na emissão de voz, no significado da arte, na comoção do momento.
Tânia Malheiros gravou este CD como se reprisasse outros dos seus registros em estúdios e palcos da cidade. Mas é o seu primeiro disco, cujo resultado está diretamente ligado à escolha do repertório, preferencialmente de sambas, alguns antológicos, e outros a caminho desta grandeza histórica, pelo nível dos músicos, pela qualidade dos arranjos, pela intérprete deste instigante e bem situado Deixa eu me benzer.
Não faz tanto tempo assim, e assim se passaram dez anos, Tânia aventurou-se por um ambiente distinto das redações onde então era impensável o fim do alarido de teclas e de vozes, de ordens e contraordens, de seriedade e de gozações. A modernidade computadorizou mesas, cadeiras, pautas, fechamentos e mentes. Então ela bandeou-se para o alarido dos bares noturnos e das canções de amor. Seu coração é quem quis. Cantou-as ao lado dos sambas que, aos poucos, foi incorporando ao seu jeito de ser e de moldar uma nova vida. É bem verdade que a música “testemunhou o nascimento da moça”. Afinal, que outra recepção lhe ofereceria o mundo não fosse Tânia filha de Múcio de Sá Malheiros, um craque ao cavaquinho que sonorizava as rodas niteroienses?
Agora é ela quem também oferece “matéria prima” às rodas, e além dos limites fluminenses. Doze sambas inéditos, duas regravações cheirando a tinta pelo frescor dos arranjos, pela voz personalizada. As assinaturas compreendem um período amplo – dos anos 1940 (Quando eu vou embora – Roberto Martins) até este nosso século ainda imberbe (as inéditas Cristal partido – Adilson Gavião e Sereno, e Vagabundo – Anselmo Ferraz e Carlos Gomes).
Ressaltei arranjos. Ora, impossível o contrário. Afinal, das 14 músicas, oito foram tratadas com esmero comum aos ourives por Gilson Peranzzetta, maestro, compositor, pianista, uma fiel representação do pensamento musical amplo que este nosso país, mesmo inconscientemente, deveria incensar. José Roberto Leão, o outro arranjador, fez de cada nota, cada harmonia uma moldura, a um só tempo delicada e incisiva. Ao lado das notações com que as partituras se enriqueceram, a produção competente de ElianaPeranzzetta à qual Tânia reverencia com simplcidade e gratidão: "Ela e Gilson são uma bênção, porque abraçaram o projeto totalmente, me apoiaram, me ajudaram muitíssimo".
Claro, no elenco dos agradecimentos estão todos os músicos - Felipe Tauil e Buzunga, percussão; Marco Tulio, sax e clarinete; Dudu Oliveira, flauta; Rafael Lobo, violão; Leandro Samurai, cavaquinho; e todos os compositores que, da confiança da entrega de suas composições à satisfação plena, viveram o tempo justo da gravação-impressão-audição-prazer. Toninho Galante e Marceu Vieira (Palavras de cal), Henrique Damião, Alexandre Pereira e Roberto Serrão (Deixa eu me benzer), Guilherme Nascimento e Serrão (Afluente do meu ser), Noca da Portela e Serrão (Você me fez sorrir); Beto Fininho e Renato Filho (Saga de Zumbi); Gilson Peranzzetta e Paulo Cesar Pinheiro (Quem não sabe amar), Luiz Carlos de Souza (Onde está você), Dayse do Banjo e Cida Zanon (Força do querer), Derley (Jardineiro da terra), Pecê Ribeiro (Não tenho medo); Adilson Gavião e Sereno (Cristal partido) e Roberto Martins (Quando eu vou embora), este em outra dimensão.
Como nossa última faixa, ou "faixa bônus", a constatação de que a voz feminina brasileira também se afina pelo diapasão de uma intérprete, craque no lied, estilista da emoção, coisas sensoriais ou, cá entre nós, de Tania Malheiros. BenzaDeus, moça!"
(Jorge Roberto Martins)
Diana Aragão:
Cantora Tania Malheiros lança “Deixa eu me benzer” com sambas de categoria
A cantora Tania Malheiros lançou seu primeiro disco, muito bom, escorada por produção de primeira linha, grandes autores e um padrinho que também é craque: Gilson Peranzzetta. Assinando a produção do CD, além de tocar seu piano, deu o maior aval para a cantora que soube escolher um repertório também de primeira linha reunindo nomes como Wilson Moreira, Noca da Portela, Roberto Martins além do próprio Peranzzetta em parceria com Paulo Cesar Pinheiro.
Em suas 14 faixas, Tania Malheiros desfila sambas, além dos já citados, de Adilson Gavião e Sereno, Tuninho Galante e Marceu Vieira no muito bom “Palavras de cal”, seguido por “Jardineiro da terra”, de Derley com destaque para o solo de trombone de Fabiano Segaloti.
É, enfim, disco muito bom que deixaria seu pai, o cavaquinista Mucio de Sá Malheiros, orgulhoso da menina que cantava com ele ainda pequena nos saraus caseiros".
(Diana Aragão é uma das mais respeitadas jornalistas especializadas em Música da imprensa brasileira. A transcrição e divulgação do texto de Diana Aragão foram autorizadas pela direção do Coletivo de Produção Cultural (CPC) Aracy de Almeida).
"Primeiro disco é um repositório de sentimentos
Tania Malheiros, uma jornalista que acreditou em suas possibilidades vocais e no seu conhecimento da música popular brasileira, especialmente do samba, para mudar de vida – e quem sabe de carreira –, chega com muita firmeza ao mundo da perenização discográfica de seus sucessos. Seu primeiro CD, “Deixa eu me benzer”, que pode surpreender quem está habituado a vê-la contagiando nos palcos da Lapa com um samba mais acelerado que pedem as noites agitadas, traz uma cadência diferente e muito emocionada do seu sentimento musical. Ela está muito mais reflexiva nas faixas que escolheu para o disco de estréia.
O samba que Tania canta tem poesia. Poesia de Noca da Portela, Paulo Cesar Pinheiro, Marceu Vieira; tem a jóia musical “Vagabundo”, de Carlos Gomes e do marido Anselmo, que perdeu há cerca de três anos. Perda dolorosa que talvez a tenha levado a uma busca interior ainda mais intensa.
Gilson Peranzzetta, que a Tania veio a conhecer recentemente numa dessas casualidades milagrosas, fez a maioria dos os arranjos e algumas intervenções ao piano. Tudo no calibre com que ele está acostumado a trabalhar não é de hoje.
Sugiro que esse disco seja ouvido com muita atenção e que depois de ouvi-lo você não saia correndo pra fila de banco ou qualquer tarefa urgente. Esse disco vai derrubar você na meditação da filosofia de amores e desenganos em que sempre viveu o grande samba dos subúrbios do Rio, da Serrinha, de Osvaldo Cruz, de Vila Isabel. Das rodas de samba que amanheciam nos quintais. Tania sabe disso tudo, porque viveu isso acompanhando o pai, o cavaquinista Múcio de Sá Malheiros, nas intermináveis rodadas de choro e samba.
Tania sabe tudo do samba carioca. Não porque leu, mas porque vivenciou sua história e conheceu seu passado. Um passado muito rico, envolto no lirismo de Cartola, Elton Medeiros, Candeia, Paulo da Portela e tantos outros nomes que fizeram do samba um monumento de beleza e de emoção indescritíveis. Tania, assim como Diogo Nogueira, Paulinho da Viola, Teresa Cristina e muitos outros grandes intérpretes de hoje, bebeu na melhor fonte possível para aprender o que sabe que foi a ambiência doméstica carregada de melodia.
Este disco é extremamente pessoal. Cuidado ao manuseá-lo. É delicado. Exige carinho. Mas vale a pena ficar atento ao que rola em suas 14 faixas, pois elas vão mexer com você".
Romildo Guerrante é jornalista.
"Tania Malheiros é uma cantora com um timbre muito bonito, canta na região media feminina, o que virou uma raridade nos últimos 20 anos, porque a maioria das cantoras prefere explorar as regiões mais agudas.Eu amei a gravação de Palavras de Cal, minha e do Marceu Vieira, no CD da Tania, que teve arranjo de meu amigo Gilson Peranzzetta".
TEXTO DE TUNINHO GALANTE EM SEU BLOG
AGENDA do ano passado, 2011:
DIA 25/11 - Severyna (Rua Ipiranga, 54) em Laranjeiras.
DIA 22/10 - Centro Cultural Solar Wilson Moreira, Rua Barão de Ubá, 46, Praça da Bandeira.
Dia 02/10 - Feijoada da Associação Atlética da Tijuca;
Dia 30/09 - Abertura da exposição Vozes de Nelson Cavaquinho, do fotógrafo Ricardo Poock, no município de Maricá.
Dia 08/09 - Convidada do cantor e compositor Roberto Serrão, no aniversário do projeto "Terapia Popular", no Severyna de Laranjeiras.
Dia 24/09 - Espaço Rioprevidência, no Maracanã.
Dia 18/08 - iño de Arte Luiz Mendonça - LAPA.
Dia 29/07 - Comemorou uma década de samba no Velho Armazém, m Niterói.
Dias 24 e 25/06 - Centro de Referência da Música Carioca Arthur da Távola, na Tijuca!
DEIXA EU ME BENZER;
O CD reúne 12 sambas inéditos e duas regravações de músicas desconhecidas do grande público. Entre os compositores, nomes consagrados como o próprio Peranzzetta, Paulo César Pinheiro, Wilson Moreira, Noca da Portela, Roberto Martins e debutantes em disco como Alexandre Pereira, Luiz Carlos de Souza, Dayse do Banjo e Cida Zanon.
Tem inéditas de Adilson Gavião e Sereno (Cristal Partido); Anselmo Ferraz e Carlos Gomes (Vagabundo); Tuninho Galante e Marceu Vieira (Palavras de Cal); Wilson Moreira e Marcos Paiva (Primazia); Henrique Damião, Alexandre Pereira e Roberto Serrão (Deixa eu me benzer); Guilherme Nascimento e Serrão (Afluente do meu ser); Noca da Portela e Serrão (Você me fez sorrir); Beto Fininho e Renato Fialho (Saga de Zumbi); Luiz Carlos de Souza (Onde está você); Dayse do Banjo e Cida Zanon (Força do Querer); Roberto Martins (Quando eu vou embora), e Gilson Peranzzetta e Paulo César Pinheiro (Quem não sabe amar); além das regravações de Derley (Jardineiro da Terra) e Pecê Ribeiro (Não tenho medo).
A maioria dos arranjos e direção musical é do maestro Gilson Peranzzetta. A produtora cultural Eliana Peranzzetta teve participação importante em toda a produção do CD a partir do trabalho iniciado em 2009 por Gilson, seu marido. “Eles são uma benção, porque abraçaram o projeto totalmente, me apoiaram e me ajudaram muitíssimo”, diz Tania.
O PAI E O CAVAQUINHO
Tania começou a cantar na infância, em Niterói, acompanhando o pai, o cavaquinista Mucio de Sá Malheiros, já falecido. “Com papai no cavaquinho, eu cantava nas rodas no fundo de nosso quintal”, lembra. Formada em Jornalismo, voltou aos palcos em 2000, quando deu canja no Candongueiro, em Pendotiba e na roda de samba da Tia Elza, no Jardim Botânico.
Incentiva por amigos e sambistas, fez um ano de aula de canto até o primeiro show no ano seguinte. E não parou mais: cantou na Lapa, Zona Sul, Norte, Oeste, Baixada Fluminense e São Paulo.