quinta-feira, 24 de março de 2016

PELO TELEFONE - REGISTRO FAZ 100 ANOS! VIVA DONGA! VIVA O SAMBA!

PELO TELEFONE - REGISTRO FAZ 100 ANOS. VIVA DONGA! VIVA O SAMBA!

“Há uma designação específica para Pelo Telefone, na página 616 da Enciclopédia da Música Brasileira (Publifolha/Art Editora, 3ª edição, 2003). Eis a íntegra: “A 6 de novembro de 1916, Donga (Ernesto dos Santos) entrega uma petição de registro no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro para o samba carnavalesco Pelo Telefone. A partitura manuscrita para piano feita por Pixinguinha, estava dedicada aos carnavalescos Peru (o repórter Mauro de Almeida) e Morcego (Norberto Amaral), dois foliões destacados.

Em 16 de novembro de 1916, Donga anexou à petição atestado que afirmava ter sido o samba carnavalesco Pelo Telefone executado em público pela primeira vez em 25 de outubro de 1916, no Cine -Teatro Velho. O registro foi finalmente efetuado em 27 de novembro, com o nº 3.295. A partitura para piano apareceu em 16 de dezembro do mesmo ano, impressa no Instituto de Artes Gráficas do Rio de Janeiro. Tinha quatro páginas: a primeira era a capa, a segunda e terceira traziam a música escrita, e a quarta página foi usada para anunciar novos lançamentos da casa Edison, para Suplemento de janeiro de 1917.

Nessa época se anunciavam as duas primeiras gravações do samba. Até essa data não se tinha notícia dos versos do samba, que só seriam conhecidos quando do lançamento da gravação do cantor Baiano. A gravação da Banda Odeon é anterior à efetuada por Baiano e coro. Na primeira, consta como autor Donga; na segunda, Donga e Mauro de Almeida. O samba fez grande sucesso no carnaval de 1917, dando origem a inúmeras paródias e comentários, estampados na imprensa carioca, que designava o gênero da música como tango, modinha, samba, samba carnavalesco, etc.

É tido como o primeiro samba gravado, considerando-se a introdução deliberada do autor de atribuir esse gênero e não outro, à sua música, quando do registro da composição na Biblioteca Nacional”.


Trecho da monografia de Tania Malheiros, na Universidade Candido Mendes/ Pós-Graduação “Lato Sensu”, Projeto A Vez do Mestre, título “O Samba na Mídia em nove décadas”, orientadora Professora Dra. Mary Sue. ANO: 2006.

Tania Malheiros celebra o centenário do Samba em Niterói

  

A cantora Tania Malheiros, niteroiense, celebra o centenário do samba, com um show no próximo dia 5 de abril de 2016, às 18 horas, no projeto Arte na Rua, da Secretaria de Cultura, da Prefeitura de Niterói. No palco erguido na Rua Moreira Cesar, esquina com a Rua Mariz e Barros, em Icaraí, Tania levará ao público obras do gênero do século XIX, como “Pelo Telefone”, de Donga e Mauro de Almeida, o primeiro a ser registrado na Biblioteca Nacional (1916). O show é grátis.

“Sempre me encantei com essa fase inicial da História do samba, com as dificuldades e lutas vivenciadas pelos pioneiros”, comenta Tania. No repertório, composições de Sinhô, Pixinguinha e Joao da Baiana, chegando aos clássicos contemporâneos de Nelson Sargento, Xangô da Mangueira, Wilson Moreira, entre outros ícones.

No show, Tania Malheiros estará iniciando em sua terra natal, as comemorações pelos 15 anos de carreira. Não faltarão pérolas de Ismael Silva, nascido em Jurujuba, e sambas em homenagem à cidade, promete. A cantora estará em companhia de Kiko Chavez (violão) e Gabriel Buzunga (percussão), músicos que se apresentam com ela em todos os shows. Tania promete cantar pelo menos duas músicas inéditas de sua autoria.

Influência do pai
Foi em Niterói onde Tania começou a cantar na infância por influência do pai, Mucio de Sá Malheiros, cavaquinista. Até a adolescência, ela cantou em clubes e festas. No Colégio Estadual Aurelino Leal, no Ingá, apaixonou-se pela poesia com a orientação da professora e fundadora do Clube de Poesias, Neusa Peçanha. Anos depois, formou-se em Jornalismo e passou pelas redações de grandes jornais; ganhou um Prêmio Esso na categoria Informação Científica, Tecnológica e Ecológica; escreveu dois livros sobre a questão nuclear no Brasil, mas nunca deixou de lado a vontade de cantar. Há cerca de 15 anos, voltou aos palcos e não parou mais.

Lançou seu Cd de estreia, “Deixa eu me benzer”, em 2010, com arranjos do maestro Gilson Peranzzetta, elogiado pelo público e pela crítica. Agora Tania se prepara para lançar seu novo CD. Tem se apresentado em várias casas da Lapa como o Rio Scenarium e Bar Semente. Fora do circuito Lapa cantou em todas as partes da cidade, da Zona Norte a Zona Sul, passando pela Zona Oeste, Baixada Fluminense e Niterói, além dos shows que fez em São Paulo. Já cantou no Municipal de Niterói, em companhia de Vó Maria, viúva de Donga, e agora volta ao Arte na Rua. “Esse projeto é maravilhoso, democrático e permite uma maior aproximação da gente com o público”, diz a cantora.

Assessoria de Imprensa
Mônica Cotta
(21) 99601-5849