“Há uma designação específica para Pelo Telefone, na página 616 da Enciclopédia da Música Brasileira
(Publifolha/Art Editora, 3ª edição, 2003). Eis a íntegra: “A 6 de novembro de
1916, Donga (Ernesto dos Santos) entrega uma petição de registro no
Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro para
o samba carnavalesco Pelo Telefone. A partitura manuscrita para piano feita por
Pixinguinha, estava dedicada aos carnavalescos Peru (o repórter Mauro de
Almeida) e Morcego (Norberto Amaral), dois foliões destacados.
Em 16 de novembro de 1916, Donga anexou à petição atestado
que afirmava ter sido o samba carnavalesco Pelo Telefone executado em público
pela primeira vez em 25 de outubro de 1916, no Cine -Teatro Velho. O registro
foi finalmente efetuado em 27 de novembro, com o nº 3.295. A partitura para
piano apareceu em 16 de dezembro do mesmo ano, impressa no Instituto de Artes
Gráficas do Rio de Janeiro. Tinha quatro páginas: a primeira era a capa, a
segunda e terceira traziam a música escrita, e a quarta página foi usada para
anunciar novos lançamentos da casa Edison, para Suplemento de janeiro de 1917.
Nessa época se anunciavam as duas primeiras gravações do
samba. Até essa data não se tinha notícia dos versos do samba, que só seriam
conhecidos quando do lançamento da gravação do cantor Baiano. A gravação da
Banda Odeon é anterior à efetuada por Baiano e coro. Na primeira, consta como
autor Donga; na segunda, Donga e Mauro de Almeida. O samba fez grande sucesso
no carnaval de 1917, dando origem a inúmeras paródias e comentários, estampados
na imprensa carioca, que designava o gênero da música como tango, modinha,
samba, samba carnavalesco, etc.
É tido como o primeiro samba gravado, considerando-se a
introdução deliberada do autor de atribuir esse gênero e não outro, à sua
música, quando do registro da composição na Biblioteca Nacional”.
Trecho da monografia de Tania
Malheiros, na Universidade Candido Mendes/ Pós-Graduação “Lato Sensu”, Projeto
A Vez do Mestre, título “O Samba na Mídia em nove décadas”, orientadora
Professora Dra. Mary Sue. ANO: 2006.
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